quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Desencanto

Porque hoje estou assim: desencantada da vida...


                                                                                                               (Imagem: Reprodução)

"Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.


E nestes versos de angústica rouca,
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre."

(Poema de Manuel Bandeira, da obra "Antologia Poética", da editora Nova Fronteira)

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