quinta-feira, 5 de maio de 2016

Rosa

rosas4(Foto: Reprodução)

Por Içami Tiba

“Eu sou branco. Você é vermelho.
Quando estamos juntos somos rosa.
Antes de eu conhecer você, eu não sabia o que era rosa.
Até que eu vivia bem sozinho:
comia o que e na hora que eu queria;
saía na hora quando bem entendia para ir ao lugar que tinha vontade de ir,
numa liberdade, independência e auto-suficiência.
Quando eu vi você, fiquei vermelho de paixão
e nem me incomodei com os meus brancos.
Até perceber-me que eu já não era mais o branco.
Foi quando o vermelho começou a me sufocar e então, brancamente, me protegi.
Mas às vezes eu me irritava e brigava com você.
No fundo, era porque você era vermelha e não branca igualzinho a mim.
Percebi-me em alguns variados momentos querendo mudar a sua cor.
Ainda bem que você soube permanecer-se vermelha, ter suas próprias emoções,
sentimentos, comportamentos e pontos de vista.
Caso contrário, você seria também branca.
Mas tive minhas reticências,
pois estava acostumado ao meu ritmo e modo de vida branco.
Temi perder minha individualidade.
Mas aos poucos fui descobrindo que o branco para se transformar em rosa
não é perder, desestruturar-se e desaparecer, mas é completar-se com o vermelho.
O rosa me atemorizou, mas hoje vejo quanto é gostoso conviver,
relacionar-me, amar e ser amada.
Dá mais trabalho porque nem tudo pode e deve ser feito brancamente,
mas sem dúvida tudo pode ser mais gostoso e rico com o vermelho.
Frequentemente, um bom lanche branco
não é tão agradável quanto um singelo jantar rosa.
Um mundo muito Cor de Rosa a todos....”

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