sexta-feira, 31 de agosto de 2012

Calçada nada cidadã.

Rua Natal

Caminhar faz bem para a saúde. Ninguém duvida.

Só que aqui em Itapoã, (Vila Velha/ES), para chegar no calçadão, vindo pela Avenida São Paulo ou pela Rua Natal, você precisa passar por uma calçada nada cidadã.

Você coloca sua vida em risco, pois é obrigado a descer do meio-fio e passar pela rua, num local de tráfego intenso. Um verdadeiro absurdo.

Confiram as fotos que tirei há pouco do local.

calçada de Itapoã

calçada de Itapoã2

Além de ter um poste no meio do pequeniníssimo espaço da calçada, ainda tem dois relógios, um na parede do imóvel e outro acoplado no próprio poste, impedindo a passagem das pessoas.

Quem passa por lá, não tem como não arriscar-se.

Será que vão esperar alguém ser atropelado para tomarem alguma providência?

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Os cegos e o elefante.

Quando a gente acha que sabe tudo, pode apenas conhecer uma parte… Ou quase nada.

(Releitura da obra de John Godfrey Saxe, “Six Blind Men and the Elephant”. Traduzido por Josadarck Tomaz Coutinho.)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Dia Nacional de Combate ao Fumo

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Todo mundo já sabe, mas é sempre bom lembrar: FUMAR FAZ MAL! Mata. Ninguém duvida, mas a prática do tabagismo continua fazendo vítimas.

Fumar é, sem dúvida, prazeroso. Daí, nesse mundo conturbado, o corpo pede que a fonte do prazer não se esgote. Dependência física e emocional. Então...

Parar é difícil, mas é possível.

Vamos lá!

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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Como separar o joio do trigo?

Joio: “Planta da família das gramíneas, de sementes tóxicas, comum nos prados e nas culturas, onde prejudica o crescimento dos cereais. Fig. Coisa de má qualidade que se mistura às boas e as prejudica.”

Trigo: “Planta herbácea anual, da família das gramíneas, que produz o grão (cariopse) de que se extrai a farinha usada especialmente para o fabrico do pão: o trigo é o cereal por excelência, a planta alimentar mais cultivada no mundo.”

Trigo-e-joio

Como separar o joio do trigo?

Tem-se dito por aí que separar o joio do trigo significa separar os bons dos maus, o que presta do que não presta. Portanto, é preciso aprender mesmo a separar essas duas coisas.

Só com o tempo a gente se torna capaz de ser mais seleto. As experiências nos dão essa capacidade. Pior é quem já viveu bastante e ainda não aprendeu... Continuam fazendo as piores escolhas e a seguir pela vida da maneira mais árdua e sofrida. Tem gente que é craque nisso!

Difícil é separar o joio do trigo em matéria de amor. Escolher a pessoa certa para nós; definir aquela com maior probabilidade de dar certo. Tem gente que se finge de trigo muito bem. Caímos. Durante o relacionamento vem a descoberta: são joios legítimos! Então sofremos. Tarde demais para um descarte sem dano.

Mais fácil é na hora de escolhermos amigos. A amizade não traz essa magia que nos cega, como no amor. Amigos nascem da admiração pessoal, afinidades comprovadas, parceria sem cobrança. Trigo é amigo de trigo e joio é amigo de joio. Afinal, “digas com quem andar que te direi quem és…” Mas a amizade verdadeira é como uma plantação de trigo... Fecunda!

No trabalho, é possível haver mais joio do que trigo. Cautela se faz necessária. Trabalho é trabalho. Executa-se da melhor maneira possível. Se o próprio emprego for joio, deve-se trocá-lo com urgência. Não há tempo a perder. É lá que passamos a maior parte do nosso tempo. É sempre bom lembrar que do trigo vem o pão, o bolo e vários outros alimentos. Trigo é fundamental para um trabalho promissor…

Em tudo que fazemos é preciso separar o que nos faz bem do que nos faz mal. A vida é única. Não podemos desperdiçá-la.

Excessos, exageros, escassez, ausências, turbulências, confusão: são joios, sem dúvida. Elimine-os. Dosar sentimentos, vivendo em harmonia pode render dias mais tranquilos e felizes.

Trigo, trigo, trigo.

Um dia a gente aprende.

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segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Palavras na garganta.

CALAR

Não são espinhas. São palavras presas na garganta. Palavras que não foram ditas. E não há como, simplesmente, engoli-las.

Ficam ali, atravessadas, nos lembrando de algo que nos incomoda. Causam desconforto, sofrimento. Precisam ser soltas, pronunciadas. É urgente!

Palavras não foram feitas para ficarem engasgadas, mas para serem livres! É preciso usá-las!

As situações se apresentam e nos exigem algum posicionamento, uma reação. Entretanto, entre o pensar e o dizer, muita coisa está envolvida. Inclusive relações de poder.

Vivemos numa teia social onde cada um tem um determinado papel a desempenhar. O poder de dizer o que se pensa não está em todas as bocas, nem em todas as mãos. Muitas vezes o recomendado é calar. Assim minimizam-se os prejuízos.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo... Obedece-se calado, de preferência...

E as palavras de revolta ficam entaladas na garganta... E como doem! Querem, todas, explodirem num grito! Ou um lamurio qualquer.

grito

É unânime: as melhores palavras são aquelas que não dizemos. Ficamos horas ensaiando o que será dito, mas na “hora h”, elas não saem... O contexto as enfraquecem. E aí engole-se sapos! E eles têm gosto horrível! Não são digeridos. Ficam ali, dias, azedando nossa vida com a sua amargura…

Palavras foram feitas para serem ditas.

Se não consigo falar, adoeço.

Ou escrevo.

domingo, 26 de agosto de 2012

As melhores lembranças.

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O que pode ser doce, ser bom, e ao mesmo tempo fazer sofrer? Pense um pouco…

Descobriu?

Talvez você tenha pensado no amor. Parcialmente correta seria essa resposta. Mas não o amor pelo amor… O amor, sim, compreendido numa forma mais ampla e misturado com a saudade!

Lembranças maravilhosas de um tempo que não voltará massacra o peito. Nos dias chuvosos, elas se tornam mais cruéis.

Memórias da infância, da juventude,  exclusivamente, aquelas melhores povoam o pensamento e doem demais. Dias felizes na companhia de amores verdadeiros. Amores incondicionais.

Amor da família. O pai que ainda estava. O avô, também, por tão pouco tempo. A avó, esta sim, uma grande companheira, por tantos anos…

Ô, saudade!

Tão bom ter vivido estes dias… Tão bom ter tantas coisas boas para lembrar… Mas como doem estas lembranças!

Cada um vem a esse mundo com uma vida, nada monótona, para viver. E a gente vive cada dia, sem a noção do que nos acontecerá no momento seguinte… Apostamos. Pagamos para ver. Acertamos. Erramos. Recomeçamos…

Mas o que somos e como fazemos nossas escolhas tem muito a ver com o que aprendemos com a nossa família, nos primeiros anos. Adquirimos valores que nos acompanharão para sempre. Ou não. Talvez soframos com a falta de alguns valores fundamentais…

A família cria os nossos alicerces. Inquestionável.

Mas as crianças também sofrem. E, ingenuamente, não conseguem compreender os motivos, trazendo para si a culpa. Nessas horas, a figura de alguém que nos toma pela mão fará toda a diferença. Proteção. Amparo. Presença.

Assim a infância se tornará inesquecível, em todos os sentidos. E as melhores lembranças, essas, doerão demais!…

Especialmente nos dias chuvosos.

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sábado, 25 de agosto de 2012

Ser feliz no amor…

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Esta noite eu tive um sonho bom. Tão bom, tão bom que, quando eu acordei e percebi que não era verdade, entristeci. Uma sensação de vazio. Solidão.

Foi um sonho de amor. Eu e alguém que muito amava. Uma reconciliação. Momentos de carinho explícito. Eu, importante para alguém…

Nas minhas apostas de amor, sempre perdi. Um jogo de cartas marcadas. Recolhi a banca. Não jogo mais.

Nem por isso desacredito no amor verdadeiro. Serei romântica até o fim. Aceito minha derrota com tranquilidade. Deve ser um talento que não tenho: saber escolher a pessoa certa.

Há quem tenha conseguido. Dulce & Aristides, um casal amigo, que no último dia vinte e dois completaram vinte e cinco anos juntos e, principalmente, felizes na união. Um casamento assim dá gosto de ver e estar junto para comemorar.

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Felicidades para a família, que frutificou. Um imenso abraço do tamanho do meu carinho!

E eu vou ficando por aqui. Já é quase hora de dormir. Torcerei para mais um sonho bom. Afinal, nestas horas somos livres das amarras do destino.

No sonho, tudo é permitido. Até ser feliz no amor…

casal na praia

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Por que um forte e longo abraço?

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“Das invenções dos homens a que mais tem sentido é o ABRAÇO.

O abraço não tem jeito de um só aproveitar. Tudo quanto é gente, no abraço, participa uma beiradinha...

Quando você está cheio de saudade, o abraço de alguém lhe alivia. Quando você está com muita raiva, vem um e lhe abraça, você fica até sem graça.

Se você está feliz e abraça alguém, esse alguém pega um pouquinho da sua alegria. E se você estiver triste, um abraço bem apertado consola.

Se alguém está doente, quando você abraça, começa a melhorar e você melhora junto também.

Muita gente importante já tentou dar um jeito de saber por que é que o abraço tem tanta força, tem tanto poder.

Mas eu descobri!  É que o abraço é bom pro coração. Quando você abraça alguém, faz massagem no coração. O coração do outro é massageado também!  Mas não é só isso não, quando abraçamos alguém, naquele instante, ficamos com dois corações no peito.”

(Autor desconhecido)

Lindo isso!

Sinta-se abraçado por mim.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Desejos para um dia qualquer.

mensagem

(Facebook, Mente Sábia)

a vida começa

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Faleceu sábado, aos setenta e três anos, o cantor norte americano Scott Mckenzie.

A única música que ele gravou em carreira solo foi San Francisco. Depois, passou a integrar o grupo The Mamas & The Papas. Assista o vídeo.

(Para Márcia Suely e Fauster Aguiar)

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Conhece Martha Medeiros?

acho uma graça

"Acho a maior graça. Tomate previne isso, cebola previne aquilo, chocolate faz bem, chocolate faz mal, um cálice diário de vinho não tem problema, qualquer gole de álcool é nocivo, tome água em abundância, mas não exagere...

Diante desta profusão de descobertas, acho mais seguro não mudar de hábitos. Sei direitinho o que faz bem e o que faz mal pra minha saúde.

Prazer faz muito bem.

Dormir me deixa 0 km.

Ler um bom livro faz-me sentir novo em folha.

Viajar me deixa tenso antes de embarcar, mas depois rejuvenesço uns cinco anos.

Viagens aéreas não me incham as pernas; incham-me o cérebro, volto cheio de ideias.

Brigar me provoca arritmia cardíaca.

Ver pessoas tendo acessos de estupidez me embrulha o estômago.

Testemunhar gente jogando lata de cerveja pela janela do carro me faz perder toda a fé no ser humano.

E telejornais... os médicos deveriam proibir - como doem!

Caminhar faz bem, dançar faz bem, ficar em silêncio quando uma discussão está pegando fogo, faz muito bem! Você exercita o autocontrole e ainda acorda no outro dia sem se sentir arrependido de nada.

Acordar de manhã arrependido do que disse ou do que fez ontem à noite é prejudicial à saúde!

E passar o resto do dia sem coragem para pedir desculpas, pior ainda! Não pedir perdão pelas nossas mancadas dá câncer, não há tomate ou mussarela que previna.

Ir ao cinema, conseguir um lugar central nas fileiras do fundo, não ter ninguém atrapalhando sua visão, nenhum celular tocando e o filme ser espetacular, uau! Cinema é melhor pra saúde do que pipoca!

Conversa é melhor do que piada.

Exercício é melhor do que cirurgia.

Humor é melhor do que rancor.

Amigos são melhores do que gente influente.

Economia é melhor do que dívida.

Pergunta é melhor do que dúvida.

Sonhar é melhor do que nada!"

(Martha Medeiros)

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Eu não conhecia Martha Medeiros. Fui apresentada por uma amiga muito querida, há alguns anos atrás. Amor à primeira lida! Pontos de vista perfeitamente em sintonia com os meus.

Passei a ser leitora assídua e possuo quase todos os seus livros.

Martha é da minha geração. Somos da mesma idade. Pensamos o mundo de modo semelhante. E veio dela, mesmo sem saber, um dos maiores incentivos para escrever também.

Não tenho livros publicados. Meu espaço é este: a internet. Uma nova espécie de escritora dos tempos modernos.

Hoje, vinte de agosto, é o aniversário de Martha Medeiros. Desejo que, nesta data, ela consiga descobrir muito mais ideais, do que aqueles já alcançados e fazer disso uma lição de vida. E, principalmente, que continue transformando seu talento em palavras e livros. Parabéns!

domingo, 19 de agosto de 2012

Mona Lisa.

Qual o limite da criatividade?  Não há.

Monalisa

Aproximando-se a imagem…

Monalisa1

Mais um pouco…

Monalisa2

Surpreendente!

Monalisa3

Em Sydnei, Austrália, artistas colocaram três mil e sessenta e quatro copos com café preenchidos com leite, nas proporções adequadas, para criar as nuances necessárias para formar o quadro da Mona Lisa.

Impressionante!

sábado, 18 de agosto de 2012

“O analfabeto político.”

macaquinhos

(Por Berthold)

“O pior analfabeto

É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe que o custo de vida,
o preço do feijão, do peixe, da farinha,
do aluguel, do sapato e do remédio
dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
é tão burro que se orgulha
e estufa o peito dizendo
que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
nasce a prostituta, o menor abandonado,
e o pior de todos os bandidos,
que é o político vigarista,
pilantra, corrupto e o lacaio
das empresas nacionais e multinacionais.”

anencefalia

analfabeto político

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MAFALDA CONGRESSO

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Lembre-se: a escolha é sua.

Pesquise a história de vida, conheça as propostas de trabalho, separe o joio do trigo e selecione com consciência o que é melhor para sua cidade.

O poder está nas nossas mãos!

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Facebook, Twitter e todas as demais redes sociais são, sim, espaços para a prática da democracia. Política é assunto para estar em todas as pautas!

Pelo fim de todo analfabetismo!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Pela ponta dos meus dedos.

VIOLAO

Tem horas que eu fico admirada de mim mesma. Com esta idade, por exemplo, começar um curso de violão! Aquelas todas posições dos dedos que precisarei decorar e, mais que isso, alterná-las, várias vezes, durante cada canção tocada... E com a ponta dos dedos!

Ontem foi a primeira aula. Sentimentos variados sucederam-se no decorrer das lições.

O primeiro deles foi a euforia por estar ali, concretizando um sonho antigo. Orgulhosa, com o violão do filho nos braços, prestei bastante atenção nas primeiras orientações. Sinceramente, não sabia nem como posicioná-lo no colo.

Logo, logo, a euforia passou e foi substituída pela vontade de aprender rápido e memorizar tudo. Anotei algumas dicas para não esquecer.

Gosto de desafios, mas confesso que desconfiei da minha capacidade de dominar o instrumento. A cada um dos cinco acordes ensinados esta sensação foi me tomando...

Estica que estica o dedo, procurando uma posição “confortável”, para tocar na corda precisa... Polegar firmando por trás e os irmãos confusos no trabalho da caça à nota prometida! Que dificuldade!

Aprender a batida foi mais fácil. O polegar direito para baixo e o indicador direito para cima... Uma, duas, três, quatro vezes... A célula rítmica estava garantida.

O problema foi juntar todos estes conhecimentos. Como foi uma aula coletiva: onze alunas, um professor e dois estagiários, não houve espaço para as incertezas e o tempo passou rapidinho. A necessidade imediata de acompanhar o grupo prevaleceu. E eu dei o meu melhor.

Quero pegar esse boi pelo chifre! Mas ainda estou povoada por dúvidas da minha capacidade motora e memorial... Será que consigo?

Fácil não é. Difícil também não. Como tudo na vida, a gente se lança motivados por uma vontade enorme de superação e de avanço, rumo ao domínio de novas fontes de alegria!

Música me faz feliz. Quero trazê-la para dentro da minha vida, pela ponta dos meus dedos.

clarice lispector

(Eu juro que o fato do meu professor de música ser uma versão mais caprichada do Thiago Lacerda, não tem nada a ver com a minha empolgação!)

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Rio, Cidade Olímpica.

Apresento a canção-tema do Rio, Cidade Olímpica.

Talvez não seja tão linda, como o próprio Rio de Janeiro, mas dá uma boa mostra do que se vê por lá! Vale muito a pena conferir.

"Os grandes deuses do Olimpo visitam o Rio de Janeiro".

O Rio é demais!!!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Solteira.

teste-mulher-solteira

Eu me amo, mas não me basto.

Entretanto, estar solteira implica em correr menos riscos.

Melhor a dor da solidão, do que a dor da perda de quem se ama…

Uma decepção vinda de quem a gente tanto ama nesse mundo mata-nos um pouco por dentro.

Só quem sofreu por amor, pode reconhecer a alegria de estar solteiro! Depois que o tempo tratou de recompor a auto-estima abalada e o amor próprio perdido, a vida de quem está só tem lá suas vantagens.

Nada mais de bolos. Nada mais de furos. Nada mais de grosserias. Nem ponta-pés no traseiro!

A palavra de ordem é liberdade. E depois será acompanhada de esperança!

E viva a vida dos solteiros!

crie porcos

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Na “Sociedade dos Hipócritas”…

iluminado

“Na Sociedade dos Hipócritas é assim, qualquer audácia em sair da penumbra pode ser um bom motivo para ser encaminhado ao cadafalso.” (Brado Informativo)

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

“London, London”

charge olimpíadas

(Amarildo, A Gazeta/ES)

(Por Ivo Neuman)

“Sou desses. Não tenho conhecimentos profundos sobre qualquer esporte, mas com dois dias de olimpíadas já me considero capacitado a criticar o desempenho de um atleta de quem nunca ouvi falar em uma modalidade cujas regras ignoro solenemente. Você também é assim, confesse. Esta é a graça de ser espectador esportivo. Mas a despeito da naturalidade da coisa, acho digno de nota a forma como as pessoas vão tentando interpretar o resultado do Brasil nas Olimpíadas de Londres sob um prisma, digamos assim, antropológico (como fazem com quase tudo, pelo menos no Facebook).

Lembro que numa prova de História da sétima série, não soube responder por que os Estados Unidos tinham mais reservas de ouro que o Brasil, sendo que ambas eram colônias europeias, e como eu já tinha passado de ano esclareci à professora que devido ao diferenciado processo histórico de cada uma das nações, os atletas americanos eram privilegiados com melhores condições de treinamento e chegavam mais bem-preparados para as olimpíadas. A mestra, sem capacidade de transcender a cartilha, não me deu nem meia questão. E desde então eu decidi parar de tentar estabelecer relações sociológicas com esporte.

Contudo, confesso que costumo usar o critério do subdesenvolvimento para torcer em disputas internacionais: quanto mais pobre um país e seu povo, mais justo me parece conceder-lhes um momento de superioridade, esta pequena revanche lúdica que nos permite especular sobre as singularidades e potencialidades de cada etnia e lembrar por um instante que a História poderia ter sido bem diferente. Um jamaicano ser o mais rápido do mundo há de significar alguma coisa.

É o ópio do povo, é verdade. Mas que ópio gostoso! O esporte entretém ao tempo em que enaltece algumas das mais excelentes virtudes humanas: empenho, disciplina, técnica, desenvolvimento físico e mental. A prática esportiva é uma condicionante para a saúde e a qualidade de vida de uma população, e pra não sairmos do óbvio, é uma ferramenta social poderosa para evitar que o ócio infanto-juvenil se transforme em índices de criminalidade.

Portanto, meus amigos, eu não chego a empunhar a bandeira do patriotismo, que considero algo tão estúpido quando a xenofobia, mas torço de verde e amarelo verdade para que as próximas gerações acreditem que é possível transformar sonhos em realidade. Isso, sim, vale ouro.

Não sei dizer ao certo se 17 medalhas (um recorde histórico, afinal) refletem qualquer coisa. Não sabemos se o Dieguinho brigou com o namorado na véspera, ou acordou com uma afta na ponta da língua, pra avaliarmos se o seu mal desempenho denuncia a falta de investimentos públicos em bons programas de incentivo ao esporte, ou mesmo uma inferioridade psicológica de nossos atletas. Os astros do futebol, com suas carreiras alucinadas e seus valores deturpados, coitados, são apenas jovens tão suscetíveis ao fracasso quanto eu ou você.

Mas ainda assim uma coisa é mais do que certa: se tivermos qualquer pretensão de comemorar algo mais que um (honroso, porém indigesto) 22º lugar no quadro geral de medalhas, vai ser preciso muito mais do que vinhetas empolgantes e clipes emocionados. Não vou nem entrar no mérito da infraestrutura das instalações esportivas públicas, ou do salário dos profissionais da área. Existe uma inversão de valores muito bem observada pela Bic Muller: “Nos EUA os atletas praticam esportes pra ganhar bolsa nas universidades. Aqui os caras viram jogadores de futebol pra não precisar estudar.”

O problema não é glamourizar o futebol. É não glamourizarmos os outros esportes – e as outras disciplinas escolares. É não podermos fornecer aos nossos potenciais medalhistas do futuro, de quaisquer modalidades, as condições para o melhor desenvolvimento de suas capacidades.

Posso parecer leviano, sendo blogueiro e obeso semi-mórbido, mas falo com o conhecimento de causa de quem acompanha de perto a carreira de dois atletas mirins. Poderia dizer até que são os primeiros atletas de certa forma patrocinados pelo TRETA: meu irmão mais novo e minha afilhada. Veterana aos 11 anos, a minha ginasta favorita ganhou todas as medalhas que disputou na sua ainda curta carreira, mas hoje simplesmente não tem onde treinar porque não encontra mais um único centro de treinamento nas proximidades de onde mora – e estamos falando da região metropolitana do Espírito Santo, teoricamente um centro urbano.

Sem falar em todos os outros problemas que não dizem respeito só ao esporte, mas a todos os brasileiros. Meu irmão viajou neste sábado com a seleção capixaba sub-15 de basquete rumo a Anápolis (GO), para disputar o campeonato brasileiro, e teve sua bagagem extraviada no inglório aeroporto de Vitória – um erro que infelizmente vem se trivializando, mas que segue sendo um absurdo inaceitável, principalmente quando o passageiro é diabético como o meu irmão e seu estoque de insulina seguia junto com a bagagem, por inexperiência do jovem atleta com a incompetência das companhias aéreas.

Eu sei que muita água vai ter que passar por debaixo dessa ponte para não enfrentarmos, de verdade, um fiasco internacional (quando ainda mal superamos a projeção mundial do Michel Teló). A responsabilidade está batendo às portas e me parece pouco provável que tanto possa ser feito em tão pouco tempo. Só me resta torcer para que todos os prognósticos estejam errados.

E eu não estou nem preocupado com as Olimpíadas de 2016, ainda.

Quero ver na Copa.”

(http://www.treta.com.br)

Assino embaixo.

domingo, 12 de agosto de 2012

Lembranças do meu pai.

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Luiz Carlos Pazito Alves.

Nascido no Rio de Janeiro, em nove de maio de mil novecentos e trinta e sete. Filho do meio de Manoel e Dora. Meu pai.

Ficou pouco tempo por aqui. Virou estrela quando eu tinha apenas sete anos. E desde então não há um dia que eu não sinta sua falta.

As lembranças não são muitas. A memória guarda apenas poucas imagens. Não lembro da voz e isso me dói.

Mas lembro do assobio que anunciava a sua chegada! Eu ia correndo encontrá-lo, no fim do corredor, que era a entrada da nossa casa: número cento e cinquenta e nove, da Rua Porto Alegre.

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A casa não é mais nossa, mas o portão ainda é o mesmo. Passei por lá há pouco tempo e não resisti: fotografei. A foto é a que uso na área de trabalho do meu computador desde então…

Como preciso das minhas lembranças!…

Hoje é o Dia dos Pais. Para mim e para muita gente, um dia difícil. Por todos os lados, homenagens e demonstrações de carinho e agradecimento para eles. Justíssimas. Entretanto, a dor e a saudade parecem mais intensas no nosso peito de filho sem pai...

Para aquecer meu coração, recorri a um tesouro, que guardo com muito carinho: um pedaço de história, em forma de papel. São lembranças da primeira eucaristia do meu pai, quando ele tinha apenas sete anos, naquele dezembro de mil, novecentos e quarenta e quatro.

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A gente é assim: o resultado da nossa história com os traços que herdamos dos pais. E, pode anotar aí, tenho muito orgulho de ter nascido filha desse grande homem.

A minha força vem da força dele. E o meu coração tricolor também.

Feliz Dia dos Pais!